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dimanche, février 29, 2004

A vida... 

Abri a porta daquela velha casa a cair aos bocados. Preparava-me para de lá tirar tudo, deitar fora o que estivesse estragado, guardar o que conseguisse aproveitar. Pouco consegui salvar. Os móveis foram semi-comidos por bichos da madeira, os cobertores carcomidos pela humidade e as máquinas mortas pela ferrugem. A pouco e pouco, foi-se amontoando uma série de lixo que tinha já servido para a vida de alguém. Em três horas todas as coisas se separaram e repartiram. Voltei a fechar a porta, da casa agora vazia, com um montão de lixo em frente e segui o meu caminho. A minha avó tinha acabado de morrer outra vez.
Carlos Caldeira

samedi, février 28, 2004

37, hoje 

Estou a ficar velho, caraças...
Carlos Caldeira

vendredi, février 27, 2004

Silêncio 

Passei a passar os dias enfiado na cama, sozinho, e nas longas horas de silêncio atropelam-se-me as recordações. Por muito que corra não chego a parte alguma, grito e ninguém me ouve. E acordo com os nervos em franja.
Estou apenas sem rumo, a navegar num mar de amargura e ambiguidade.
Silêncio, procuro o silêncio.
Amanhã outro dia começa, como todos os dias. Como é simples a vida, afinal de contas.
Carlos Caldeira

jeudi, février 26, 2004

Inquietações 

Algo se passou comigo, que me inundou a alma de inquietações. Perdi a noção do tempo. Estou tenso e cansado, mas tenho menos medo da morte e mais esperança na vida.
Calo-me. E nas longas horas de silêncio atropelam-se-me as recordações, não vejo ordem nem claridade. Sinto que caminho, mas estou sempre parado. Sinto que algo se afasta, para longe de mim, ao longo dos dias, mas a distância e o tempo são convenções frágeis.
Caio e volto a cair para o fundo de um abismo infinito.
Carlos Caldeira

lundi, février 23, 2004

Down 

A depressão andava já há espreita há algum tempo, mas nunca pensei que chegasse assim tão de repente e com tanta força. Nos últimos tempos até brinquei com ela, ao jogo do gato e do rato; calhei eu a ser o rato e fui apanhado. Espero agora que abale tão rápido quanto chegou, me largue, me deixe de apoquentar.
A última coisa com que eu contava, possivelmente por distracção ou esquecimento, é que mesmo o impossível pode tornar-se possível.
Porque me chegou a depressão? Digam o que disserem, ninguém sabe, nem eu.
Que se passa na minha mente? Solidão e medo. Aperta-se-me o peito de angústia. Há quanto tempo estou assim? Conto os dias e já são demasiados.
Nos próximos dias, espero ir ganhando entusiasmo e começar a sorrir.
Carlos Caldeira

dimanche, février 22, 2004

De volta 

Não me estou a transformar em fumo, não desapareci. Estou apenas doente.
Encontro-me entre um sonho e um lugar de verdade.
E, agradeço a todos os que deram pela minha falta.
Carlos Caldeira

mardi, février 10, 2004

Com um dia destes... 

Com um dia destes, nem apetece vir ao Blog. Nem estar fechado.
Tenho andado por aqui, perto do local de trabalho, a apanhar sol e a...., a trabalhar, claro; ainda que mentalmente.
E logo aparecem as más línguas: "Na balda, é o que é!"
Pois, vivemos num mundo onde às coisas bonitas se dão nomes feios.
Carlos Caldeira

lundi, février 09, 2004

Primavera antecipa-se 

A Primavera decidiu antecipar-se às andorinhas. Seis e meia da tarde e ainda não caiu a noite, ao contrário do que acontecia nas últimas duas semanas. Está a querer chegar o tempo do calor.
Carlos Caldeira

Ideias 

Há ideias que surgem não se sabe de onde. Podem ter origens diversas. Algumas vêm ter connosco, apanhamo-las de repente no discurso de alguém ou numa página de um livro.
Carlos Caldeira

Pá, eu até estou bem disposto… 

O post abaixo é ficcionado…. O fim-de-semana foi espectacular.
Mas, obrigado pela preocupação.
De qualquer modo, vou apanhar um pouco de ar fresco e já aqui venho escrever qualquer coisa.
Carlos Caldeira

vendredi, février 06, 2004

O Pânico 

Ando com uma sensação de pânico, de ser transportado sem querer, sem saber para onde. De estar rodeado por corpos a mais, que incomodam, sem ter a coragem de protestar. Chego a sentir uma sensação de abandono e desitência. E fico a tentar não pensar em nada, como se fosse possível não pensar em nada, ficar suspenso, vencer o tempo. A tentar travar a cabeça destravada.
Ando triste. Sem saber porquê. Sento-me à mesa e logo me levanto. Vagueio pela sala, passeio-me pela casa. Quero tudo e não me apetece nada.
Olho para um mundo escuro e obscuro. Estou num Inferno. E quero que o Inferno vá para o Inferno.
Dou saltos abruptos no tempo, ao tempo que o tempo passa. Momentaneamente, apercebo-me de fragmentos de realidade, que logo se esfumam, entre mil e uma ideias, de que não me recordo, e de mil viagens imaginárias, que não fiz.
É melhor ir tomar os comprimidos...
Carlos Caldeira

Preguiça.... 

Pois não. Já não estou a trabalhar há umas boas horas. Mas estou com preguiça escrítica - pelo menos aqui no blog -, que o tempo está bom demais para se estar fechado entre quatro paredes a olhar para um monitor.
Está na hora de agarrar num dos meus cadernos de anotar a vida e o que me dá na real gana e procurar, urgentemente, uma esplanada.
Carlos Caldeira

mercredi, février 04, 2004

Isto hoje está difícil... 

Passa já das oito da noite e eu tenho ainda tanto trabalho por fazer. A que horas vou eu chegar hoje a casa?
Tirem-me daqui!!!
Carlos Caldeira

Da minha amiga Jaci, que ama a mãe 

VIDA PARA TI MINHA MÃE

Não rasgues esse teu existir
tua presença única e sentida
sobe as montanhas da tua mente
e não tropeces, não olhes para traz

Aprecia o que te rodeia, e envolve esses
momentos como tuas crias fossem

O existir está dentro de ti

Serás quem tu conseguires projectar
em teu interior
Ri para além da tua capacidade
Chora, mas chora com vontade
que o único sentido do viver
és tu

Lembra-te que tudo acontece com razões de ser
Evolui essa tua compreensão para esse campo

O existir está dentro de ti

Apanha a vida de mãos cheias
estica o tempo, tu consegues
tempo precioso mas curto
usa-o com toda a tua beleza
Sorri mãe
estamos todos contigo
criando forças invisíveis a teu olhar
O olhar interior é o mais poderoso

O existir está dentro de ti

Cria novos mundos com a sabedoria
A sabedoria do saber perder
para alcançar outro viver

Alcança a vida que foi desenhado para ti
e pinta-a com o fascínio das cores
Usa a raiva e recicla-a em energia
ilumina esse teu caminho
não sorrias apenas com a boca
Sorri com o olhar
que é o reflexo da tua alma

O existir está dentro de ti

Não é com acções que se demonstra o gostar
apenas...
carne da nossa carne
sangue do nosso sangue

O existir está dentro de ti

Jaci - 2004

mardi, février 03, 2004

Blog de anotar a vida 

Isto é um caderno de anotar a vida e o que me dá na real gana. Não é um diário. É algo escrito precipitadamente. Como se a língua em que escrevo tivesse os dias contados.
A ansiedade domina, domina-me. E eu escrevo. A pressa de escrever contamina-me. Escrevo. E escrevo. E há sempre saltos e lacunas, inventadas memórias, teorias precárias, esboços de histórias mais que acabadas, e nunca começadas.
A vida. A viagem. A viagem prometida, desde 28 de Fevereiro de 1967 – não sei por quem, quem fez essa promessa? -, é cumprida a custo, como a vida.
A morte, essa… A morte é a possibilidade do impossível, o que me percorre como um estranho modo de vida.
Como qualquer um, conheço o medo, o arrependimento, a falta. Como nenhum, sou quem sou, único e só.
O meu caderno de anotar a vida e o que me dá na real gana, não é um diário. É um estilhaço de um espelho que se quebrou sem querer, com os dias contados.
Que se foda! Sou apenas, nesta vida, neste mundo, um passageiro com ataque de pânico. Nada mais. Nada mais. Nada mais simples, ou mais, ou menos, complicado. Só isso.
Escreve o que és. Só isso. É só isso, o meu caderno de anotar a vida e o que me dá na real gana. Escrevo o que sou, o que gostaria de ser. O que não sou e o que não quero ser, e às vezes sou. Mas não se pode querer ser sempre tudo, e conseguir tudo o que se quer, ser.
Carlos Caldeira

lundi, février 02, 2004

Acabou o amor 

Fui perdendo progressivamente a confiança que tinha nela. A doçura do início deu lugar a uma sensação de vazio. Ela estava ali, mas não estava ali. Era doce, afável, mas distante. E eu estava farto, cansado de uma rotina demasiado isolada e monótona. Terminou a paixão e acabou o amor.
Com o passar do tempo fui ficando mais deprimido e verbalmente agressivo. Comecei a passar noites inteiras sem dormir, os olhos abertos.
“Mais vale prevenir do que remediar”, pensei. Acto contínuo, fiz as malas com os meus poucos pertences, escrevi um pequeno recado que lhe deixei na mesa da cozinha: “Adeus, fui-me embora.”
Saí porta fora e senti que ali se abria uma nova oportunidade de vida, no acaso de um Inverno qualquer.
Carlos Caldeira

"Fábulas de Ackoff" - Russell L. Ackoff 

"Preocupação, não acordo, é a chave para abrir corações."

"A amizade baseia-se na preocupação, e a preocupação assenta profundamente no respeito. O respeito é algo que não pode ser exigido nem forçado; pode unicamente ser concedido."
Russell L. Ackoff

CC

Escrever 

Escrever é um dos sistemas mais simples e mais profundos para tornarmos tudo claro dentro de nós e para transmitirmos a memória da nossa existência. Por isso, de vez em quando, temos de ir documentando as nossas alegrias. Para garantirmos uma velhice de recordações adoráveis.
Carlos Caldeira

Eu respeito-os, mas... são melgas 

Eu respeito as testemunhas de Jeová e tudo o que defendem. Mas que são melgas, são. Se defendem coisas com que não concordo, também a Igreja Católica Apostólica Romana o faz. Mas nem a Igreja Católica, nem a Judaica (todas a minha ascendência é judia; o meu avô paterno só se converteu e casou aos 74 anos), têm o costume de andar pelas ruas a "angariar" devotos. E ainda bem.
Carlos Caldeira

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Autor: Gustavo Aleixo Weblog Commenting by HaloScan.com
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